16 de novembro de 2011
Um Certo Oriente: Al-Mu’tamid, Rei-Poeta
"É raro encontrar qualquer obra, científica ou não, escrita no “al-andalus” que não esteja adornada com poemas. A mais idiossincrásica forma de cultura árabe sempre foi a poesia, a arte do verbo que nasceu para fazer companhia ao beduíno, seguindo a cadência da sua montada, na solidão do deserto. Talvez não seja por acaso que “verso” em árabe se diga “bait”, que significa simultaneamente “casa”, e “palavra” se pronuncie “mufrad”, de “fard”, “indivíduo”(...)
No Portugal do “al-andalus”, a poesia fazia parte do quotidiano e era prática comum, não só nas mansões com os seus jardins e vergéis ou nas alcáçovas, de senhores e próceres, mas ainda pelo povo humilde que arroteava os campos na faina da lavoura. Nas cortes, perante os vizires, os políticos adornavam as suas prédicas versejando e romanceando habilidosas metáforas. Todo o cavaleiro, antes de desembainhar o sabre para se arrojar estoicamente à alucinação da peleja, titubeava um poema em forma de oração. Homens e mulheres do “al-gharb” eram poetas. Poetas do panegírico, da paixão, da saudade, do drama, da graça e dos amores infelizes, por ser infeliz o destino que os marcou.
( António Rodrigues - Um Certo Oriente Blogspost)
Para o Artigo completo:
Um Certo Oriente: Al-Mu’tamid, Rei-Poeta: “Meu filho, é preferível na minha opinião morrer pastor no Magrebe que tornar a Andaluzia terra de infiéis, porque então os muçulmanos amald...
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