21 de maio de 2008

الأندلس Al Andaluz

“Mas a Europa dos verdadeiros saberes nesta altura, místicos e científicos, espirituais e operativos, estavam a coberto destes cenários. Recuemos ao Califado dos Omíadas (661-750), com destaque para o Sultão Kalid ibn Yazid, onde as Escolas de Córdova desenvolvem toda uma ciência hermética greco-egípcio-árabe, bastando destacar vultos como Djabir e o seu discípulo Al-Razi (860-940), como Geber e Avicena (morre em 1198). Daqui brota todo um desenvolvimento da aritmética, da medicina, da física e da química (e não só), atraindo vultos judaicos e cristãos, sobretudo Monges, dos quais é exemplo o Monge Gerbert d’ Aurillac, o futuro Papa Silvestre II, O Papa do Ano Mil que morre em 1003.
Alguns artífices do Românico e depois do Gótico, acolhidos pelos Monges, herdeiros dos saberes dos Colégios Romanos, são Mestres destes Centros de Investigação de Córdova ou já de Montpellier ou Colónia, como de Alcobaça, Tarouca, Lorvão e Tomar, em Portugal, não se isolando por religiões, antes trocam investigação com outros eruditos, não havendo as funestas ciências e artes de hoje, assentes na propriedade intelectual, um mercantilismo que só agrava a doença, a fome e o bem-estar social e moral (...) Sempre os eruditos Reis da Península nunca se meteram em Cruzadas no Médio Oriente e muitas vezes se puseram ao lado de Almorávidas contra os Almôadas. A História é contada para agradar aos poderes, mas quer O Rei Afonso X, o Sábio, ou seu neto, D. Dinis, tinham nas suas Cortes ou por Conselheiros, diversos credos de fé, sem ambições de unir a Península, por casamentos, por exércitos ou comércio.”

Excerto Texto-Reflexão de João Santos Fernandes intitulado “Templários Cristãos”, 01 de Março 2005 (documento inédito)


Cf. Robinson, C., 2002: In praise of Song: The Making of Courtly Culture in al-Andalus and Provence, 1005-1134 A.D. Brill, Leiden.

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